
Dánae Antúnez Vásquez
Voluntária
Desde a minha infância em Cuba, aprendi que uma cidade é muito mais do que prédios e asfalto. Cidade deve ser sinônimo de comunidade, onde cada indivíduo se sinta acolhido e onde as estruturas sejam expressões de afeto. Quando trabalhei em Cuba com crianças em situação vulnerável, vi como uma sala se transformava em cinema e um museu em escola. Não tínhamos grandes recursos, mas havia intenção, tempo e amor, e isso basta para que alguém se sinta parte de algo.
As cidades do futuro devem abraçar essa visão: serem inclusivas, sensíveis e diversas. Onde o centro seja o bem-estar de todos e o acolhimento do indivíduo. Precisamos de praças onde os mais velhos possam conversar sem pressa, rodeados da contagiante alegria infantil; áreas onde os adultos, ao fim do trabalho, possam caminhar entre belas paisagens; e espaços onde os jovens pratiquem seus passatempos sem serem subestimados ou vistos como incômodos. A cidade que desejo constrói-se com escuta, não com pressa.
E, sobretudo, deve lembrar algo essencial: ninguém deve se sentir estrangeiro no lugar onde vive. Em Cuba, onde cada pessoa carrega uma diferença étnica ou cultural, aprendi que há espaço para toda expressão e personalidade. A beleza não está na homogeneidade da cidade, mas em como ela se complementa.
Além disso, não há cidade bela sem pessoas que cuidem dela e cuidem umas das outras. A cidade do amanhã começa educando para o respeito e o amor ao próximo, buscando o bem comum.