
Gabriella Vasconcelos
Synergia Brasil
As cidades do futuro nascem agora
As cidades do futuro não se constroem apenas com prédios inteligentes ou carros elétricos. Elas se constroem com pessoas conscientes, solidárias e engajadas. Pensar cidades do futuro, requer pensar que o verdadeiro avanço urbano nasce quando compreendemos que o que sustenta uma cidade não são apenas suas estruturas, mas as relações humanas que a habitam. Mais do que máquinas inteligentes, precisamos de vínculos inteligentes — relações que cuidam, escutam e cooperam.
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No Brasil, onde tantas realidades diferentes convivem lado a lado, o futuro das cidades começa nas periferias, nos becos e vielas onde a potência das pessoas resiste e reinventa o cotidiano. Especialmente lá, nas periferias, esse futuro-presente se materializa em práticas de solidariedade, redes comunitárias, coletivos culturais e projetos de educação social que reencantam o território e são a força pulsante de reinvenção para a sobrevivência, possuem heranças de sabedorias populares tão bonitos, mas que infelizmente, tudo isso não é interessante o bastante para gerar notícias para mundo, tudo isso fica invisibilizado.
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Quando olhamos para tanta desigualdade no mundo, compreendemos que o futuro urbano será realmente inovador quando a tecnologia e a justiça social caminharem juntas, quando cada pessoa puder sonhar e agir sobre o lugar onde vive.
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É uma cidade do futuro quando existe a iniciativa de construir políticas que valorizem o diálogo, que invistam em vínculos e não apenas em muros, que promovam participação e não apenas planejamento.
â€‹É uma cidade do futuro quando se reconhece que a maior inovação é humana — e que cada encontro é um ato político e poético de transformação.
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É uma cidade do futuro quando possibilita e dá recursos para que os saberes e metodologias criadas pela própria comunidade, que colocam o ser humano no centro, e o bem comum como meta, compreendendo que essas são as grandes inovações do mundo, onde IA nenhuma consegue alcançar: As tecnologias humanas-sociais. Essas tecnologias nascem do afeto, da escuta e da ação conjunta, são, portanto, formas de reinventar o mundo a partir das relações, de transformar escassez em potência e desigualdade em resistência criativa.
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Então,
As cidades do agora são aquelas que entendem que progresso é relação.
As cidades do agora precisam unir tempos e saberes, conectar a memória de quem veio antes com a criatividade de quem chega.
As cidades do agora são as que aprendem com o povo, que sonham com os pés no chão e o coração aberto para o outro.
O futuro é agora, o futuro é ancestral!
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Gabriella Vasconcelos Ferreira
Brasil