top of page
Ricardo Costa.jpg

Ricardo Costa
CEO Bernardo da Costa

Cidades para as novas gerações: o futuro começa agora.

Costumamos falar do futuro como se fosse um destino distante, mas ele constrói-se no presente, com as escolhas que fazemos hoje. A forma como desenhamos as nossas cidades determinará não apenas a qualidade de vida das novas gerações, mas também a nossa capacidade coletiva de responder aos grandes desafios globais.

​

As cidades não podem continuar a ser vistas como simples aglomerados de betão, trânsito e consumo. Precisam de se transformar em ecossistemas vivos, capazes de oferecer condições de vida dignas e inspiradoras. Isso significa mobilidade sustentável, espaços verdes acessíveis, habitação que não condene os jovens a décadas de endividamento e oportunidades económicas que permitam fixar talento em vez de o exportar. A cidade do futuro será aquela que acolhe, que gera confiança e que dá a cada jovem a possibilidade de sonhar e concretizar dentro do seu território.

​

Mas uma cidade não é apenas a sua infraestrutura. O que realmente lhe dá alma são as ligações entre as pessoas. A coesão social nasce da proximidade, e não podemos esperar cidadãos participativos se continuarmos a viver em bolhas, desligados uns dos outros. Temos de recriar as praças, os clubes, as associações, os espaços culturais e desportivos como lugares de encontro intergeracionais, onde se partilham histórias, valores e projetos comuns. É nesses espaços que se constrói o sentimento de pertença, a solidariedade que ampara nas crises e a confiança que dá força às comunidades. Uma cidade só cumpre o seu propósito quando cada pessoa sente que pertence a algo maior do que ela própria.

​

Este caminho exige também liderança política com visão e coragem. A sustentabilidade não pode continuar a ser apenas um slogan, bonito em discursos e vazio na prática. Precisamos de compromissos reais e globais: apostar em energias limpas e acessíveis, investir na educação como pilar de transformação, garantir inclusão social, reduzir desigualdades e colocar o bem-estar das pessoas no centro da decisão pública. Para isso, é necessário romper com a lógica de curto prazo ditada pelos ciclos eleitorais. Só com essa coragem será possível criar cidades verdadeiramente alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e com as aspirações das novas gerações.

​

No fundo, as cidades do futuro não se medem em metros quadrados de construção, mas em metros quadrados de esperança. Cabe-nos decidir, hoje, se vamos entregar às próximas gerações um legado de betão e desigualdade, ou uma cidade humana, justa e sustentável.

O futuro não se adia. O futuro começa agora.

Synergia logo.png
bottom of page